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25 de May

Afinal, quais são as habilidades do século XXI?

escrito por:

Alexandre Santille

Em agosto de 2016 escrevi um artigo no LinkedIn (Acessar) sobre as habilidades do século 21, mostrando que 48% dos empregadores, naquele momento, percebiam um gap entre as competências atuais da força de trabalho e as competências necessárias para ter sucesso no futuro (McKinsey). O tema ganhou destaque com o lançamento, em 2016, do 1º report da série “Future of Jobs”, do World Economic Forum (WEF), que publicou uma lista com as principais habilidades para o trabalho futuro, com destaque para as soft skills. Acessar.

O report previa que “em média, até 2020, mais de um terço das competências essenciais desejadas para a maioria das ocupações será composto de habilidades que ainda não são consideradas importantes atualmente”. De fato, até pouco tempo, atributos técnicos pareciam suficientes para alcançar sucesso na carreira.

De acordo com Peggy Klaus, que escreveu “The Hard Truth about Soft Skills”, por muito tempo — essencialmente toda a era industrial — as soft skills não eram muito valorizadas, nem consideradas essenciais para o sucesso. Afinal, como algo descrito como ‘suave’ pode ser valorizado no mundo dos negócios, focado em resultados e indicadores?

De lá para cá, muita coisa mudou. As inovações tecnológicas, que acontecem num ritmo acelerado, não pararam de impactar o mercado de trabalho e as necessidades de talentos. Neste contexto, como aponta o report do WEF de 2018, “a mudança nos modelos de negócios geralmente se traduz em disruptura quase simultânea (com um atraso de tempo mínimo) das competências adequadas para operar hoje e no futuro”. Ou seja, a mudança acelerada encurta o prazo de validade das habilidades, gerando uma crescente necessidade de aprendizagem. Acessar.

Portanto, o “skills gap” permanece como uma questão central na agenda dos líderes.

Nesse cenário, as habilidades “soft” — criatividade, originalidade e iniciativa, pensamento crítico, influência, resiliência, flexibilidade e resolução de problemas complexos — devem ser cada vez mais valorizadas (WEF, 2018). De fato, pesquisa recente do LinkedIn (2019) mostra que as “habilidades humanas” estão em alta: “57% dos líderes dizem que as soft skills são mais importantes que as hard skills”.

Até 2022, nada menos que 54% de todos os profissionais vão necessitar de significativa requalificação e renovação de competências. Segundo artigo de Borge Brende, presidente do WEF, precisamos de uma revolução de reskilling para garantir que as pessoas tenham acesso às oportunidades de trabalho e se mantenham competitivas. Acessar.


Se as skills estão em constante atualização/mudança, como se manter relevante?

Na transição para este novo mundo do trabalho, a chave da relevância será desenvolver um mindset de aprendizagem ágil, capacidade de aprender a vida toda (lifelong learning), investindo no aperfeiçoamento contínuo. Acessar.

Mas não existe mágica, aprender requer motivação, disciplina e muita curiosidade. Para mim facilita pensar que o conhecimento é um processo de construção. Minha sugestão é começar definindo o que você quer aprender, identificando o que vai fazer com o conhecimento. Por exemplo, quando fui convidado a participar do Conselho de uma empresa, meu objetivo era conseguir contribuir o máximo possível. Por isso, fui aprender mais sobre governança corporativa. Definidos os seus objetivos, se conecte com pessoas que estejam buscando o mesmo conhecimento, faça parte de uma comunidade ou grupo de estudo sobre o assunto. Peça e ofereça ajuda, afinal o conhecimento está distribuído e você certamente pode cooperar com a aprendizagem de outras pessoas. Depois, estabeleça fases e prazos para a sua jornada de aprendizagem e procure tangibilizar suas conquistas. E, finalmente, estimule sua curiosidade (vá além do Google), procure fontes e referências inusitadas e use a tecnologia a seu favor. O mais importante é fazer disso um hábito, afinal vamos continuar aprendendo a vida toda!