Desde 2008, marco da crise financeira global, a economia mundial enfrenta menores índices de crescimento, de produtividade e índices elevados de desemprego, cenário que reflete um grande desafio para a maioria das economias desenvolvidas e mercados emergentes, entre eles o Brasil. A análise é do World Economic Forum - WEF (The Global Competitiveness Report 2015-2016). No ranking de Competitividade, composto por 140 países, o Brasil aparece na 75ª posição, atrás de países latinoamericanos como Uruguai, Peru, Colômbia, México, Costa Rica, Panamá e Chile.
Além do mau desempenho em competitividade, o País ainda ranqueia mal em produtividade. Um trabalhador brasileiro produz cerca de um quarto do que produz um americano, segundo pesquisa de 2015 do The Conference Board, que reuniu 1.200 empresas públicas e privadas de 60 países.
O que os estudos mostram é que a competitividade, apesar de ser complexa e envolver diversos fatores macro ambientais, também depende totalmente do quanto o sistema educacional está alinhado à eficiência do mercado de trabalho. O desalinhamento entre o sistema educacional e a iniciativa privada no Brasil deixa suas instituições e empresas em uma situação bastante crítica.
No âmbito empresarial, a competitividade está atrelada a características como a capacidade de educar, de treinar, de inovar e de competir. Aprimorar tais habilidades passou a ser uma questão de sobrevivência para qualquer empresa. Não por acaso, os países que lideram a lista de competitividade do WEF, como é o caso da Suíça, Singapura e Estados Unidos, despontam em pilares como Educação Primária e de Ensino Superior, Treinamento de sua força de trabalho e Inovação. Ao contrário do Brasil que aparece em 118º lugar, de 130 países, quando o assunto é Qualidade em Educação Primária (estudo Desenvolvimento de Capital Humano – WEF).
O que podemos tirar disso é que os governos têm, sem sombra de dúvidas, papel essencial para reverter parte dessa situação. Mas, e as empresas? Elas podem e devem assumir parte do papel de preparar a mão de obra para ampliar sua capacidade competitiva.
Em um mundo em que a competitividade global nos impõe novos perfis de profissionais e altas metas de performance, o conceito de lifelong learning (aprender para toda a vida) é essencial e as empresas possuem um papel preponderante nesse desenvolvimento. Acredito que a Educação Corporativa, como parte integrante deste sistema educacional, com sua nova visão de aprendizagem, aliada a ferramentas tecnológicas, desempenha um papel fundamental no sentido de garantir que os profissionais atuais e as novas gerações adquiram as habilidades necessárias para dar conta do desafio da competitividade.
Nesse aspecto, a explosão das tecnologias e do mobile são, aliados a uma curadoria criteriosa, peças-chave para ampliar a capacidade das empresas de promover a aprendizagem continuada com baixo custo e alto impacto.
Impulsionada pela tecnologia, a Educação Corporativa vem adotando práticas de Gamificação, Mobile Learning, Ensino Adaptativo, Realidade Virtual, entre tantas outras inovações, que acompanham o ritmo da revolução digital presente em diversos aspectos da nossa vida. E quando bem usadas são também poderosas ferramentas para o aumento da produtividade e competitividade das empresas e do país. Precisamos pensar em aprendizagem não como a tradicional que conhecemos, mas aquela engajadora que gera resultados tanto para o indivíduo quanto para as organizações.